sábado, 3 de julho de 2010

Unificação de terminais reduz custos

A unificação dos terminais de operações com cartão de crédito deve representar economia anual de R$ 120 milhões para o comércio mineiro. Na capital, a cifra chega a R$ 19,2 milhões, segundo dados da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Belo Horizonte. Apesar de não haver estimativa local, lojistas esperam economia de tempo e de taxas. Hoje o aluguel de cada equipamento com uso restrito a uma bandeira é de R$ 110. O sistema entra em vigor no dia 1º de julho e acaba com a exclusividade entre as bandeiras dos cartões.

Segundo o presidente regional da CDL, Vandir Domingos, cerca de 80% das compras feitas no comércio de Juiz de Fora hoje são via cartão de crédito. Ele comenta que a unificação dos terminais de operação é uma luta antiga, que melhora, mas não resolve a situação do empresário. Vandir critica a taxa de administração cobrada pelas empresas, em média, 4% ao mês. Outra reclamação é que o lojista só recebe o valor 33 dias após a compra. "Era absurda a exigência de um cartão para cada bandeira. As taxas, porém, continuam exorbitantes. O lojista é explorado."

Para o presidente do Serviço Nacional de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), Roberto Alfeu, com a redução de custos, os lojistas poderão contratar mais, realizar novos investimentos e até mesmo diminuir os preços em relação aos concorrentes. Ele destaca, ainda, o fato de a indústria do setor ser altamente concentrada. Juntas, as bandeiras Visa e Mastercard dominam mais de 90% dos cartões ativos (débito e crédito). Para Alfeu, a unificação vai possibilitar a entrada de um novo cartão no mercado, aumentando a competitividade entre as empresas.

A gerente da Keeper, Cláudia Campos de Oliveira, apoia a medida. Ela espera que, com a unificação, exista redução no preço do aluguel cobrado do lojista. Cláudia destaca a praticidade de usar uma única máquina e o fim do transtorno com sinal, inviabilizando vendas de uma determinada bandeira. A atendente da Tindolelê, Patrícia Figueiredo, concorda. Na sua opinião, a unificação vai garantir agilidade no atendimento, principalmente em dias de maior movimento.

Balanço divulgado pelo Banco Central (BC) mostra que o consumidor tem substituído o cheque especial pelo cartão de crédito. Em abril, 26,8% de todo o crédito da pessoa física foi tomado por meio do dinheiro de plástico. No entanto, o juro do cartão (238,3% ao ano) é maior que o praticado no cheque especial (161,3%).

Nenhum comentário: