quinta-feira, 1 de julho de 2010

Entrada do FAP torna prevenção vital para empresas

No atual estágio global da economia é in­discutível que as empresas conheçam, adotem, pratiquem e con­tinuamente aperfeiçoem o seu modelo de gestão. Isto para que possam sobreviver em um cenário de mercados extremamente competitivos e protegidos por diversos tipos de ­barreiras, sejam de natureza tarifária (com forte tendência de queda em sua importância) ou im­postas por exigência de sistemas de qua­lidade na produção de bens e ­serviços ou para atendimento a requisitos ambien­tais (madeira de origem certifi­cada, produtos orgânicos, etc.), e, ainda, sociais (res­peito à infância, às minorias raciais, ausência de acidentes de trabalho, etc.).

Para manter-se com sustentabilidade nes­te cenário, o modelo de gestão adotado por cada empresa, deve considerar de maneira integrada, sistêmica ou holística, as melhores práticas mundialmente concebidas e aceitas dos ­sistemas de Gestão da Qualidade, do Meio Ambiente e da Segurança e Saúde Ocupacional.

Enquanto a utilidade da implantação de sistemas de gestão da qualidade é, na maioria das empresas, inquestionável e os va­lo­res envolvidos considerados como investimento, o oposto ocorre quando se ava­lia a implantação de SGSSO (Sistemas de Gestão de Segurança e Saúde Ocupa­cional), considerados de resultado duvidoso e o valor envolvido em sua operação como custo.

Para sensibilizar e reposicionar as empresas sobre a importância do SGSSO pa­ra a sua lucratividade, competitividade e mesmo sobrevivência, é preciso considerar o FAP (Fator Acidentário de Prevenção). Recentemente introduzido na legislação previdenciária brasileira, como um importantíssimo indicador interno e ex­terno do desempenho do SGSSO, o FAP, além de dar um diagnóstico detalhado so­bre os eventos acidentários da empresa, também a posiciona frente aos seus concorrentes.

Visão sistêmica

A maioria dos modelos de gestão das em­presas dá pouca atenção ao mundo ex­terno à organização e à forma com que os diversos elementos que a constituem inte­ragem uns com os outros. São enfo­ques que simplificam deliberadamente a administração e a organização. Há, contudo, ou­tra forma de pensar a respeito da organização e da administração: nada é simples, tudo depende de tudo. Tudo é complexo. A complexidade é determinada pe­lo grande número de problemas, situações e respectivas variáveis interdependentes, normalmente presentes, em uma situação or­ganizacional. As limitações das ­pessoas fazem com que tratem os problemas complexos como se fossem simples e, conse­quen­temente, eles se agravam e se ­tornam cada vez mais difíceis de resolver. Problemas complexos demandam soluções complexas obtidas por meio do enfoque ou do pensamento sistêmico. O enfoque sistêmi­­co se preocupa com o desempenho da or­ganização em sua totalidade. O adminis­tra­dor que abordar questões de eficiêndade e competitividade) sem considerar concomitantemente as implicações e o de­sempenho dos sistemas organizacionais, produção, qualidade, meio ambiente, sus­tentabilidade e SGSSO certamente ­estará criando problemas em vez de resolvê-los.

O conceito de sistema, elementos que in­teragem e se influenciam, agregados em con­juntos ou todos complexos, é o funda­mento do enfoque sistêmico. Neste enfo­que a Figura 1, Organização sustentável sob o enfoque sistêmico, mostra o uni­ver­so complexo em que uma organização es­tá inserida e as principais variáveis que devem ser consideradas na aplicação con­co­mitante e integrada dos ­diversos sistemas conhecidos de gestão organiza­cional (ISO 9000, ISO 14000, SA 8000, OIT 2001, OHSAS 18001, etc.). Desta forma, a organização al­cançará uma posição de lucro ­sustentável, buscando aprimorar a qualidade de vida de seus colaboradores, contribuindo para o desenvolvimento da sociedade e da economia em que está inse­rida.

O comportamento do sistema é ­avaliado por uma amostragem de seu resultado que, comparado ao indicador de desempe­nho desejado, o reforça ou o modifica. Este mecanismo utilizado para o auto­con­trole que permite a melhoria contínua de um sistema é denominado de feedback.

O Fator Acidentário de Prevenção, objeto de recente legislação sob a responsabilidade do MPS (Ministério da Previdência Social), é um indicador de desempenho de cada empresa atuando diretamente em sua lucratividade, pois é fator de­ter­mi­nan­te dos custos diretos relacionados aos eventos acidentários. Por meio dele pode-se, além de se obter o desvio em relação ao comportamento previsto, obter a posição da organização em ­relação às outras empresas pertencentes ao mesmo grupo de atividade econômica.

O FAP como indicador de desempenho do SGSSO da empresa, além de refletir o resultado de outros subsiste­mas de gestão, determina sua lucrati­vi­dade e sua po­sição competitiva diante das demais empresas de seu segmento econômico.

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