terça-feira, 19 de maio de 2009

Economia se recupera e empregos formais voltam a crescer em abril

O mês de abril apresentou saldo de 106.205 postos de trabalho com carteira assinada, 0,33% a mais do que o estoque apurado em março pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (M.T.E.). Esse é o melhor resultado desde setembro de 2008, quando a crise financeira internacional se agravou.
Para o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, os dados indicam uma consolidação do quadro de recuperação do emprego, pois este é o terceiro mês consecutivo de expansão. “Na minha avaliação, vamos viver em 2009 o inverso de 2008. No ano passado, tivemos um início mais forte e, depois, a queda por conta da crise. Neste ano, tivemos um começo ainda impactado pela turbulência financeira internacional, mas já verificamos a recuperação” disse o ministro em Brasília, nesta segunda-feira (18).
No acumulado do ano, o saldo é, pela primeira vez, positivo: 48.454 postos no primeiro quadrimestre de 2009, o equivalente a um crescimento de 0,15%, tomando como referência dezembro de 2008. Nos últimos 12 meses, o emprego formal apresentou crescimento de 2,08%, resultante da criação de 651.696 postos de trabalho. O número de admissões em abril foi de 1.350.446, o segundo maior da série do Caged, e o de desligamentos foi de 1.244.241, o maior da série histórica para o período - um aumento de 2,95% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Esse resultado indica, contudo, uma desaceleração em relação ao percentual de crescimento observado em 2008 (24,48%) em comparação a 2007. “Ouso prever que teremos uma geração de um milhão de postos até o final do ano e crescimento da economia de mais de 2%”, disse o ministro Carlos Lupi. O estoque de trabalhadores com carteira assinada no Brasil é de 32,04 milhões.

Setores – Serviços, Agricultura e Construção Civil foram as atividades que mais contribuíram para o saldo positivo no Caged de abril. Os dados mostram elevação do emprego quase generalizada. A única exceção foi o setor Extrativo Mineral, que teve perda de 582 postos de trabalho (-0,34%).
No setor Serviços foram criados 59.279 postos, o quinto maior saldo da série para o período, representando uma elevação de 0,46% no estoque de emprego.
A Agricultura, ao responder pelo incremento de 22.684 postos de trabalho, apesar de ter tido desempenho menor que o de 2008 (+38.627 postos ou +2,43%) deu continuidade ao processo de recuperação iniciado em fevereiro de 2009.
A Construção Civil, com a geração de 13.338 postos (+0,68%), apresentou o quarto mês consecutivo de crescimento e o segundo melhor desempenho de 2009, superado apenas pelo ocorrido em março último (+16.123 postos ou +0,83%).
A Indústria de Transformação, embora tenha apresentado relativa estabilidade, interrompeu a acentuada trajetória de fechamento de postos verificada nos cinco meses anteriores, apontando sensível melhora em relação a março último, cujo resultado foi a perda de 35.775 postos ou declínio de 0,49%.
O setor Comércio, após quatro meses de resultados negativos, apresentou aumento de 5.647 postos de trabalho no contingente de assalariados com carteira assinada e a Administração Pública obteve uma expansão de 0,63%, resultante da geração de 5.032 postos de trabalho, o terceiro melhor resultado da série do Caged.

Regiões – Em termos geográficos, quatro das cinco regiões tiveram saldos positivos: Sudeste (+99.065 postos ou +0,56%), Centro-Oeste (+19.402 postos ou +0,83%), Sul (+11.708 postos ou +0,20%) e Norte (+652 postos ou +0,05%). Apenas a Região Nordeste (-24.622 postos ou -0,52%) apresentou saldo negativo, embora em nível bastante inferior ao saldo do mês anterior (-40.208 postos ou -0,85%), devido à influência sazonal do complexo sucroalcooleiro.

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