O sistema de pagamento por cartões de crédito brasileiro, da forma como funciona hoje, prejudica o varejo e os consumidores. A análise é da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), apresentada nesta semana em reunião da Frente Parlamentar Mista do Comércio Varejista, no Senado Federal.
O encontro avaliou a atuação das três operadoras do sistema, Visanet, Redecard e Hipercard. De acordo com o presidente CNDL, Roque Pellizzaro Junior, o objetivo da entidade era comprovar que o atual modelo da indústria de cartões reduz a competição e a eficiência do mercado.
"Um só número bem demonstra o alto custo das operações em nosso País – suportadas, ao final, pelo cliente: um pequeno varejista paga pela operação do cartão cerca de 5% da venda, mais do que dispende com alguns impostos. O SuperSimples, por exemplo, é de 4,5%. Isso sem falar nos custos de locação dos equipamento, que podem chegar a R$ 500 mensais, para se ter todas as bandeiras na loja", diz o presidente do CNDL.
De acordo com Pellizzaro Junior, como não existe concorrência entre as operadoras, "a impossibilidade de o varejista diferenciar preços no momento da venda, oferecendo descontos ao consumidor, não favorece a mais ninguém senão aos cartões e, no final, o cliente é o mais prejudicado.
"A análise da entidade está baseada em um estudo do Banco Central (BC). Segundo ele, a taxa média cobrada do lojista varia de 2,9% do valor da transação a 5% para o cartão de crédito, que tem prazo de 30 dias para o pagamento ao comerciante. O levantamento revelou ainda que o lucro das operadoras cresceu 302,8% em 2008.
A Frente Parlamentar Mista do Comércio Varejista reúne hoje 203 deputados e 31 senadores, de todos os partidos com representação no Congresso. Segundo o presidente da CNDL, foram convidados para a reunião autoridades do BC, da Secretaria do Direito Econômico, representantes das empresas administradoras de cartões e da CNDL.
Fonte: DIÁRIO DO COMÉRCIO
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