Iniciativa para preservar a Amazônia da pecuária ilegal também ajuda múltis do varejo
A decisão conjunta de Pão de Açúcar, Carrefour e Wal-Mart de boicotar a carne oriunda de áreas desmatadas da Amazônia confirma que, neste século, o mercado terá papel preponderante na defesa das boas práticas de responsabilidade socioambiental de empresas e produtores rurais. Com o aval da Abras, o trio que lidera o setor de supermercados no país anunciou que deixará de comprar carne de 11 frigoríficos denunciados pelo Ministério Público Federal do Pará e pela ONG Greenpeace por negociarem gado criado em áreas devastadas. Altamente louvável, a iniciativa não tem a ver apenas com uma súbita consciência ecológica dos gigantes.
Há capitalismo na decisão. O Pão de Açúcar tem entre os sócios o grupo francês Casino. Tanto ele quanto o também francês Carrefour e o americano Wal-Mart têm ações em bolsa e se comprometeram, em seus mercados de origem, com ações de preservação do meio ambiente. O WalMart estabeleceu, em 2005, um conjunto de metas de sustentabilidade, que estão sendo incorporadas pelas subsidiárias mundo afora. Carrefour e Casino igualmente exibem em seus sites listas de compromissos de redução dos impactos ambientais de suas atividades. A ação pela sobrevivência da Amazônia também vai mantê-los vivos.
Flávia Oliveira com Mariana Durão e Flávia Monteiro
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