terça-feira, 4 de agosto de 2009

Polêmica à vista

Apesar de o Senado já ter aprovado, o projeto que libera a cobrança diferenciada para compras com cartões de crédito no varejo ainda precisa ser apreciado pela Câmara. A medida atende antiga reivindicação dos lojistas, mas preocupa e desagrada os consumidores.
Para a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas, a Medida Provisória (MP) do senador Ademir Santana (DEM-DF) é um avanço na luta pela regulação da indústria dos cartões de crédito no Brasil.
O presidente da entidade, Roque Pellizzaro Jr., acredita que a cobrança diferenciada nas compras pagas com cartões de crédito e em dinheiro ou cheque permitirá que os lojistas deem descontos significativos.
Uma quantidade expressiva de dinheiro voltará a movimentar a economia e a elevar os níveis de desenvolvimento do país. E quem ganha com isso é o consumidor. Poucos sabem, mas, até hoje, os que por acaso não usam os meios eletrônicos de pagamento, acabam financiando aqueles que os utilizam, porque já está embutido no preço o custo cobrado pelas operadoras para credenciamento e aluguel de terminais.
Segundo ele, a CNDL apoia a medida por considerá-la racional, dentro dos interesses de toda a sociedade, sejam consumidores, micros, pequenos ou grandes empresários. A entidade está trabalhando com os deputados federais para que aprovem a MP na Câmara.
O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL) de SC, Sérgio Medeiros, diz que o lojista paga uma taxa de 5% para receber o pagamento feito no cartão de crédito antes dos 30 dias, mais a taxa normal de 5%, o que representa um custo de 10% sobre o valor do produto.

Taxas incluídas no preço da etiqueta
Para o consumidor, estes 10% já estão embutidos no valor dos produtos. Sai prejudicado quem paga com dinheiro, porque está subsidiando quem paga com cartão. Com a diferenciação, os lojistas poderão dar descontos importantes para quem paga à vista, com dinheiro ou cheque.
Sobre a inadimplência de cheques, Medeiros diz que, mesmo assim, vale a pena para os lojistas, uma vez que o índice não passa de 3%.
"Nosso objetivo é fazer com que as empresas dae cartão, que são apenas duas no Brasil, com altos ganhos, se ajustem e sejam mais competitivas."
A lei, alega o presidente da FCDL, vai obrigar as duas administradoras Visa e Mastercard a renunciarem a algumas taxas e reduzirem os custos que representam para os lojistas, com o aluguel dos terminais, que variam de R$ 90 a R$ 200, e os percentuais elevados sobre as vendas.
SIMONE KAFRUNI

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