sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Ficha cadastral, um pequeno cuidado que faz diferença

Em tempos de recordes na concessão de empréstimos, a inadimplência torna-se uma grande preocupação, em especial para as micro e pequenas empresas. Isto se deve ao fato de que, diante de um maior endividamento do consumidor, sobram menos recursos para o pagamento de novas obrigações. Diante dessa realidade, cada vez mais empresários procuram alternativas que tragam maior segurança na hora de realizarem operações a prazo.
Uma velha medida que se mantém atual nesse cenário é a elaboração e analise da ficha cadastral como instrumento de concessão ou não do crédito pleiteado pelo consumidor.
Mas quais informações básicas que são relevantes para analise da capacidade do consumidor em honrar seus compromissos?

Ficha Cadastral, informações básicas.

Qualificação: Inicialmente é necessária a correta qualificação do consumidor que esteja pleiteando crédito. Neste sentido será importante o preenchimento do nome, número do RG e do CPF do consumidor. Tais informações devem ser fornecidas mediante a apresentação dos documentos originais, o que possibilita por si só evitar fraudes. Além dessas informações será interessante perguntar qual o estado civil e número de dependentes do consumidor. Isto será importante na hora de avaliar qual sua capacidade de pagamento, visto que diferentes situações pessoais trazem importantes repercussões na renda disponível. Por exemplo, a renda disponível de um consumidor solteiro é maior do que a de um consumidor casado com filhos, mesmo que ambos apresentem a mesma renda liquida.

Endereço: Outro campo importante da ficha cadastral é o endereço de cobrança. Sem o endereço atualizado do consumidor será inviável sua localização caso ele venha a se tornar inadimplente. Para fins de comprovação dessas informações é aconselhável solicitar a apresentação de uma conta atualizada de uma concessionária de serviços públicos, tais como a conta de energia elétrica. Neste campo algumas empresas costumam perguntar ainda se o consumidor mora em imóvel próprio ou alugado, e também qual o tempo de residência em tal endereço. Isto é importante para saber não só qual a renda disponível, mas também para saber se tal consumidor reside na localidade em caráter permanente ou apenas temporário. Em algumas regiões é comum ocorrer a migração de pessoas de outras regiões para a realização de certas atividades econômicas, tais como mão de obra no corte da cana em regiões onde existe um número elevado de usina de açúcar e álcool. Caso o consumidor more em caráter temporário no endereço, poderá haver dificuldades futuras na sua localização.

Rendimentos: Neste campo da ficha cadastral devem-se requerer dados relativos aos rendimentos do consumidor. Via de regra solicita-se a apresentação do holerite do último mês acompanhado da Carteira de Trabalho e Previdência Social do Consumidor. Sobre o salário apresentado será necessário calcular o salário liquido disponível, ou seja, aquele que sobrar uma vez que for feito todos os descontos. Em relação aos rendimentos líquidos, deverá se adotar um comprometimento máximo de 30% com o pagamento de cada uma das prestações a ser contratadas. Neste campo algumas empresas perguntam ainda se o consumidor tem prestações assumidas com outras empresas e quantas. Isto é importante para se definir a real capacidade financeira de tal consumidor, uma vez que quanto maior o número de crediários, menor será a renda disponível para a quitação de novos compromissos.

Consulta: Uma vez preenchidos e analisados os campos acima, o empresário deverá realizar a consulta de informações junto ao serviço de proteção ao crédito. A existência de restrições poderá impedir a concessão do parcelamento pretendido.

Com esses pequenos cuidados muito pode ser feito para se evitar a surgimento ou o aumento da inadimplência.
Boris Hermanson - Consultor - Sebrae-SP

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