Uma boa notícia para os comerciantes que sofrem com as filas crescendo no caixa, clientes impacientes e mercadorias deixadas para trás no balcão toda vez que não há troco para atender o consumidor. O Banco Central (BC) vai aumentar a circulação de cédulas de R$ 2 e R$ 5 e de moedas de R$ 1 e R$ 0,50 no país, a fim de facilitar o troco e retirar do mercado as notas gastas.
Serão colocadas no mercado mais 350 milhões de cédulas de R$ 2, aumentando em 50% o volume total computado hoje, e mais 110 milhões de notas de R$ 5, ou 30% do volume atual. Serão ainda mais 1,4 bilhão de moedas, ou 10% a mais do que o volume que circula atualmente, total que será basicamente concentrado nos valores de R$ 1 e R$ 0,50. Ao todo, o BC está investindo R$ 320 milhões na produção de dinheiro novo.
Decisão que atende a reclamação já antiga de comerciantes e clientes, que se veem diante da falta de troco cotidianamente. É muito estressante. Outro dia, uma funcionária ficou quase três horas atrás de troco, rodando casas lotéricas, cooperativa de crédito e supermercados. Ninguém quer ganhar balinha, e o comerciante tem que se virar, relatou o proprietário de duas padarias, Roberto Gonçalves. A caixa Maria Fernanda Alves conta que o maior aperto é quando a fila começa a crescer. O pessoal fica impaciente, afirmou a caixa.
Para o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Roberto Alfeu, a decisão do Banco Central foi mais do que acertada. Por questão cultural, as moedas, principalmente, vão parar nos cofrinhos. Aumentar a oferta de troco beneficia o lojista e o consumidor, opina Alfeu.
De acordo com o diretor de Administração do BC, Anthero Meirelles, trata-se de um choque de saneamento no meio circulante do país, e deverá durar de dois a três meses. Verificamos que as notas de R$ 2 e de R$ 5 são as mais desgastadas e as que as pessoas mais demandam, afirmou Meirelles. Para tanto, entre setembro e outubro, o BC atenderá diretamente os bancos para a troca das cédulas de R$ 2 e de R$ 5 gastas por outras novas em suas 10 sedes espalhadas pelo país. O serviço, que normalmente custa 0,16% do valor transferido às instituições financeiras, não será cobrado no período. Para participar do programa de trocas, os bancos devem fazer o pedido ao BC por telefone, com um prazo mínimo de 48 horas, informando a quantidade de moeda que têm interesse de adquirir.
Já para dar acesso a troco aos pequenos comerciantes haverá, da próxima segunda-feira até 30 de novembro, em todas as capitais do país, guichê de fornecimento de moedas e de notas de R$ 2 e R$ 5 em kits de R$ 100, em agências do Banco do Brasil. No site do BC (www.bcb.gov.br) é possível saber quais agências oferecerão o serviço. Em Belo Horizonte, o posto de troca será no BB da Rua Rio de Janeiro, 750, Centro. Os grandes varejistas devem procurar diretamente seus bancos. As pessoas físicas não podem participar do programa. A medida vai ajudar também os deficientes visuais, que têm dificuldades para detectar notas falsas quando o dinheiro em circulação está muito gasto, acrescentou o diretor.
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