De junho para julho, inadimplência avançou 15,25%, informam.
No acumulado do ano, entretanto, taxa teve queda de 7,25%.
Informações divulgadas nesta quarta-feira (12)pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em conjunto com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), revelam que a taxa de inadimplência subiu 15,25% no mês de julho, na comparação com junho.
Por setores, a inadimplência subiu principalmente por conta das vendasparceladas de automóveis, materiais de construção, motos e produtos da linha branca (geladeiras, fogões, tanquinhos e máquinas de lavar, entre outros) - notadamente aqueles que lideram a retomada da economia.
"No primeiro semestre, houve o Dia das Mães e o Dia dos Namorados. Com isso, o consumidor se endividou mais e houve aumento da inadimplência", avaliouo presidente do SPC Brasil, Roberto Alfeu Pena Gomes.
Números divulgadoshojeempesquisa da Serasa também apontam quehouve alta de 2,8% na comparação com o mês anterior.
Cartão de crédito
O presidente do SPC Brasil informou ainda que a taxa de inadimplência tem forte concentração nas vendas feitas por meio de cartão de crédito. "Do total da inadimplência, 40% está no cartão de crédito. É a pior coisa que pode ter. Esse dinheiro é retirado da produção e vai para o sistema financeiro. Quando o consumidor entra no crédito rotativo, que tem as maiores taxas do mundo, ele tem dificuldade para sair", disse a jornalistas.
Maior taxa de inadimplência
A CNDL/SPC informaram que, em julho, o maior número de inadimplentes foi registrado nas faixas de até R$ 250,00 (54%). "A concentração em valores baixos é explicada pela preferência dos consumidores por produtos não-duráveis e semiduráveis (alimentícios, farmacêuticos, roupas e calçados), de menor valor agregado, além dos parcelamentos das compras em várias prestações. A inadimplência, por sua vez, decorre do acúmulo de obrigações e do comprometimento da renda por períodos mais longos", informaram as entidades.
Queda contra 2008 e no acumulado do ano
Apesar do aumento de junho para julho, dados da pesquisa divulgada informam que houve uma queda de 13,73% contra junho de 2008. Nos sete primeiros meses deste ano, acrescentou, foi registrado um recuo de 7,25%.
Segundo a CNDL/SPC, "vários fatores" contribuíram para a queda da inadimplência, de 7,25%, de janeiro a julho. São eles: um controle mais apurado dos empresários na concessão de crédito e dos clientes em relação ao impulso consumidor de longo prazo; e, também, os gastos e parcelamentos de compras do Dia das Mães.
A entidade avalia, ainda, que o recuo dos juros básicos da economia, que estavam em 13,75% ao ano no fim de 2008 e, em julho, já haviam recuado para 8,75% ao ano, além das liquidações de inverno e da proximidade do Dia dos Pais também interferiram de forma positiva.
Tendência para o resto do ano
Para o resto deste ano, a tendência é de elevação do endividamento do brasileiro, mas com queda da inadimplência. "No segundo semestre, historicamente cai a inadimplência. O endividamento sobe porque há recuperação do emprego e dos salários", avaliou o presidente do SPC Brasil.
Número de consultas
O número de consultas ao SPC Brasil, por sua vez, registrou crescimento de 3,94% de junho para julho deste ano. Contra julho de 2008, a elevação foi de 3,5% e, no acumulado do ano, foi registrada uma alta de 6,17%.
"Quanto mais consultas, mais as vendas sobem. Esse aumento reflete as liquidações de inverno eum fluxo maior por conta das férias. Quando têm mais tempo, os consumidores gastam um pouco mais. A alta também reflete a proximidade do dia dos pais e o crescimento do emprego nas capitais do país", avaliou Roberto Alfeu Pena Gomes.
Base de 150 milhões de CPF's
O indicador CNDL/SPC Brasil de Vendas e Inadimplência, segundo a Confederação, é apurado com base na média das consultas ao banco de dados em todos estados do país e no Distrito Federal. Atualmente, o cadastro de consumidores conta com aproximadamente 150 milhões de CPF's, dentre os quais pessoas com débitos e também aquelas que apenas foram consultadas, mas que encontram-se em dia com seus compromissos financeiros.
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