quinta-feira, 26 de julho de 2012

RETRATO DO EMPREENDEDOR DO VAREJO


RETRATO DO EMPREENDEDOR DO VAREJO


Estudo encomendado pelo SPC Brasil e realizado pela Universiade Federal de Minas Gerais (UFMG)
O estudo levou em conta dados coletados em junho de 2012 junto a comerciantes varejistas de todas as 27 capitais brasileiras


PESQUISA INÉDITA DO SPC TRAÇA PERFIL DO EMPREENDEDOR BRASILEIRO


Estudo inédito encomendado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) aponta as características do empreendedor de pequeno e médio porte do varejo brasileiro. A pesquisa mostra que o perfil deste empresário é de um homem de 42 anos , que possui ensino médio , já trabalhou no varejo, tem faturamento bruto médio de R$ 60 mil por mês , emprega familiares e não usou financiamento bancário na hora de abrir o próprio negócio.

Apesar de uma significativa presença feminina de 31% no empresariado, o estudo aponta que os homens lideram o segmento com a fatia de 69% do setor varejista. Já em relação à escolaridade, 46% dos entrevistados têm ensino médio ante 43%, que possuem formação superior ou pós-graduação. Além disso, cerca de 63% dos empresários entrevistados estão no negócio atual há mais de 10 anos e 67% já havia trabalhado no varejo ou tiveram negócios herdados da família.

“Esses dados refletem o grau de maturidade do empreendimento do lojista. Empresas que passam do segundo ano de operação conseguem desenvolver a atividade comercial por mais tempo”, pontua o economista da CNDL e do SPC, Nelson Barrizzelli.

O levantamento também aponta que 77% dos empreendedores tiveram que usar capital próprio ou pediram empréstimos aos familiares (9%) na hora de abrir o empreendimento. Do total de empresários entrevistados, apenas 7% disseram ter utilizado linhas de crédito bancário.
“Apesar de toda publicidade do Governo sobre uma política de redução de juros e de direto acesso ao crédito, o resultado que chegamos é de que o empreendedor não está sendo alcançado pelo sistema financeiro nacional”, avalia o presidente da Confederação Nacional dos Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro.


Quanto ao uso de novas tecnologias, o atual cenário varejista surge como uma oportunidade de mercado para empresas desenvolvedoras de softwares e prestadores de serviços/consultorias na área de tecnologia da informação. O estudo mostra que 82% dos empreendedores não utilizam novas tecnologias como e-commerce, automação comercial informatizada, displays interativos e sites de compras coletivas. “As empresas de T.I pecam por priorizar produtos e serviços para o varejo de grande porte. Não adianta tentar oferecer para uma mercearia o mesmo sistema que serve para uma grande rede de supermercados. Enxergo nas pequenas e médias empresas um mercado de aproximadamente 800 mil varejistas com grande potencial a ser explorado.”, pondera Roque Pellizzaro.

Por outro lado, o estudo informa que 53% dos empresários pretendem investir no negócio, mas de outras formas: fazendo ampliações na loja, adquirindo maquinário e contratando mais mão de obra. Esses tipos de investimentos mostram o otimismo dos entrevistados com a economia, uma vez que 57% deles não esperam aumento da inadimplência. No entanto, mais uma vez a maioria dos varejistas afirmou que esses investimentos serão feitos exclusivamente com capital próprio.

O motivo de tanto investimento próprio, segundo a CNDL, é que o crédito oferecido pelos bancos é limitado, a burocracia é alta e os juros cobrados são caros. “Os bancos seguem um raciocínio mercadológico: preferem emprestar capital de giro a curto prazo (juros maiores) do que liberar crédito para um investimento de longo prazo (juros menores)”, analisa Roque Pellizzaro.

Para o dirigente lojista, o mecanismo deveria funcionar exatamente ao contrário, já que, de acordo com o estudo, o faturamento bruto dos varejistas é de aproximadamente R$ 60 mil por mês e 50% empregam de um a quatro funcionários por estabelecimento. “Quer dizer, a massa do varejo brasileiro é formada por empresas pequenas e simples. Uma possível solução para encorajar o acesso desses empreendedores ao crédito seria seguir o exemplo do que hoje é feito com o crédito agrícola, ou seja, deveriam ser oferecidas certas linhas de crédito desburocratizadas e obrigatórias na carteira dos bancos. Caso nada seja feito, este dinheiro não vai chegar para quem mais precisa”, avalia.

A pesquisa inédita do SPC foi realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O estudo levou em conta dados coletados em junho de 2012 junto a comerciantes varejistas de todas as 27 capitais brasileiras.

METODOLOGIA
Plano amostral

Público alvo:
Comércio Varejista de todas as Capitais do Brasil.

Tamanho amostral da Pesquisa:
605 casos, gerando um erro máximo de 3,6% com uma confiança de 95%.

Alocação amostral:
Pesquisa realizada em todas as capitais com alocação para cada capital proporcional ao tamanho do seu Comércio Varejista. Coleta realizada em cada capital aleatoriamente.
A fonte para desenhar o plano amostral foi o total de comércio varejista por município disponibilizado pelo estudo IPC Maps 2011 preparado pela empresa IPC Marketing Editora (sucessora da Target Marketing Editora Ltda. desde janeiro de 2010).
Fonte: SPC Brasil 
PresidentesCNDL – Roque Pellizzaro Junior 
SPC Brasil – Roberto Alfeu Pena Gomes

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